terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Dança circular acalma a mente e ensina noções de integração, auto conhecimento e entrega

(trechos do texto de Andressa Basilio publicado no site Minha Vida)
Um monte de gente desconhecida de mãos dadas e em círculo dançando músicas de roda. Isso pode contrastar com o cenário frio e individual das cidades de hoje, mas é justamente por aqui que a dança circular tem tido espaço para se difundir. "Essa modalidade gera acolhimento e novas amizades. A roda é muito inclusiva e acolhedora, as pessoas podem estar precisando disso hoje ", acredita Arlenice Juliana, sócio diretora do SemeiaDança, grupo que ministra cursos e palestras sobre danças circulares.
 Apesar de acompanharem a história da humanidade, as danças circulares se tornaram mundialmente conhecidas na década de 60, quando o bailarino alemão Bernhard Wosien (1908-1986), ao entrar em contato com a dança em visita às tribos do interior do leste europeu, adotou os passos e repassou adiante com o objetivo pedagógico. No Brasil, a atividade vem se propagando desde os anos 1980. "Essas danças refletiam a necessidade de comunhão, celebração e união entre as pessoas e, por isso, Bernhard viu o quanto elas eram transformadoras e acabou divulgando e adaptando os movimentos de forma que todos pudessem fazer parte do grupo", explica a psicóloga e adepta da dança circular, Gabriela Bessa Barreto.

 Assim, o primeiro ponto que chama atenção certamente é que a dança circular permite entrar em contato com culturas antigas e distantes de nosso tempo. "É um resgate da dança, dos movimentos e das músicas de outros povos e do nosso povo também, já que hoje temos bastantes passos lúdicos de ciranda e de outras danças folclóricas, típicas da cultura brasileira", acrescenta Gabriela.

 A gente até brinca que na roda ninguém erra, só varia os passos. O movimento feito em roda é quase auto-explicativo e muito fácil de se aprender", explica Arlenice Juliani. As danças são feitas, geralmente, com as mãos dadas para que se crie um fluxo de energia entre as pessoas que vai sustentar todo o ambiente no qual a dança é feita. As músicas utilizadas e as coreografias variam de acordo com a região de origem. "Cada dança traz uma história de um povo e por isso, dizemos que com a dança circular você viaja pelo mundo e para o passado", explica Arlenice.
 O que há de especial na dança circular? Os movimentos fazem bem para o corpo e para a alma. Mas, o objetivo maior desse tipo de dança é a integração. "Quando você dá a mão para alguém que nunca viu está se abrindo para o outro e formando um círculo energético que provoca melhoras no relacionamento social. A dança circular estimula o autoconhecimento e, por ser feita em roda, o conhecimento em relação ao outro. Além disso, ela contribui para aprimorar as nossas noções de espaço e consciência corporal", explica a psicóloga Gabriela Bessa.”

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