domingo, 28 de fevereiro de 2010

Será mesmo que você é substituível?


Na sala de reunião de uma multinacional, o diretor nervoso fala com sua equipe de gestores... Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um ameaça:


-"Ninguém é insubstituível".


A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio. Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça. Ninguém ousa falar nada. De repente, um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar o atrevido:


- Alguma pergunta?

- Tenho sim.

- E Beethoven?

- Como? Encara-o o gestor confuso.

- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu Beethoven?


Silêncio geral...


Ouvi essa estória esses dias contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso. Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar.


- Quem substituiu Beethoven? - Quem substituiu Tom Jobim? - Quem substituiu Ayrton Senna? - Quem substituiu Ghandi? - Quem substituiu Frank Sinatra? - Quem substituiu Garrincha? - Quem substituiu Santos Dumont? - Quem substituiu Monteiro Lobato? - Quem substituiu Elvis Presley? - Quem substituiu Os Beatles? - Quem substituiu Jorge Amado? - Quem substituiu Pelé? - Quem substituiu Carlos Gardel? - Quem substituiu Paul Newman? - Quem substituiu Tiger Woods? - Quem substituiu Albert Einstein? - Quem substituiu Picasso? - Quem substituiu Zico(até hoje o Flamengo está órfão de um Zico)?


Todos esses talentos marcaram a história fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, são sim insubstituíveis. Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa.


Aos líderes...está na hora de reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizando energia em reparar seus 'gaps'.

Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo, se Picasso era instável, Caymmi, preguiçoso, Kennedy, egocêntrico, Elvis, paranoico...


O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos.


Cabe aos líderes mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro.


Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.


Se seu Líder ainda está focado em melhorar as fraquezas de sua equipe corre o risco de ser aquele tipo de líder que barraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ter notas baixas na escola, Beethoven por ser surdo.E na gestão dele o mundo teria perdido todos esses talentos.

Nunca me esqueço de quando o Zacarias dos Trapalhões faleceu ... E ao iniciar o programa seguinte, o Dedé entrou em cena e falou mais ou menos assim: "Estamos todos muito tristes com a 'partida' de nosso irmão Zacarias... e hoje, para substituí-lo, chamamos:.. -Ninguém... Pois nosso Zaca é insubstituível" .


Portanto nunca esqueça: Você é um talento único... com toda certeza ninguém te substituirá! Deus te fez com talentos e você se tornará insubstituível quando fizer o impossível para ser o melhor entre os melhores sem se deixar se abater pelos obstáculos e sem magoar a ninguém.


"Sou um só, mas ainda assim sou um." Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso. O que eu faço é uma gota no meio de um oceano, mas sem ela o oceano será menor." Pense nisso...

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