sábado, 21 de setembro de 2013

Elegancia por Marta Medeiros

             "Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja

               cada vez mais rara: a elegância do comportamento.
              
               É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem
               mais do que dizer um simples obrigado diante de um gentileza.
 
               É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de  dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
              
               É uma elegância desobrigada. É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca,das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
              
               É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque  não sentem prazer em humilhar os outros.
              
               É possível detectá-la em pessoas pontuais.
              
               Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem
               presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e,ao receber
               uma ligação,não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando
               e só depois manda dizer se está ou não está.
              
               Oferecer flores é sempre elegante.
              
               É elegante não ficar espaçoso demais.

               É elegante, você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber o que
               você teve que se arrebentar para o fazer...

               É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.

               É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.
              
               É elegante retribuir carinho e solidariedade.
              
               É elegante o silêncio, diante de uma rejeição...
              
               Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do Gesto.
              
               Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar
               nele de uma forma não arrogante.
              
               É elegante a gentileza. Atitudes gentis falam mais que mil imagens...
              
               ... Abrir a porta para alguém é muito elegante.
               ... Dar o lugar para alguém sentar... É muito elegante.
               .. Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...
               ... Oferecer ajuda.. É muito elegante.
               ... Olhar nos olhos, ao conversar é essencialmente elegante.
              
               Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar
               imitá-la é improdutivo.
              
               A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de
               status social: é só pedir licençinha para o nosso lado brucutu, que acha que
               "com amigo não tem que ter estas frescuras".
              
               Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os desafetos é que não irão
               desfrutá-la.
              
               Educação enferruja por falta de uso!
              
               E, detalhe: não é frescura."




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